Cimi denuncia violências contra população indígena do Mato Grosso do Sul

  • 01 de novembro

Após pesquisas, vivências e levantamentos de dados, os integrantes do Conselho Indigenista Missionário – Cimi, lançaram ontem (31), na Cúria Metropolitana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul (MS), região Centro Oeste do Brasil, o relatório As violências contra os povos indígenas em Mato Grosso do Sul. E as resistências do Bem Viver por uma Terra Sem Males. A intenção é nada menos do que denunciar as situações extremas enfrentadas pelos povos indígenas, em especial pelos Kaiowá e Guarani, geradas, sobretudo, pela situação fundiária.
Em 116 páginas o documento relata, por meio de artigos especializados, a situação de violência, despejos forçados, moradias precárias e resistências dos povos indígenas da região do MS vividos nos últimos oito anos, período em que Luiz Inácio Lula da Silva foi presidente do Brasil.

De acordo com Flávio Machado, coordenador regional do Cimi Mato Grosso do Sul, o relatório busca ainda mostrar que "o projeto político construído pelo governo Lula, com a intenção de sanar os problemas dos povos indígenas, não fez praticamente nada”.

Hoje, o Mato Grosso do Sul é considerado um dos estados mais violentos no que se refere à causa indígena. De acordo com o relatório, nos últimos oito anos pelo menos 250 indígenas foram assassinados na região. Segundo Flávio, o estopim para a violência, na maioria das vezes, é a falta de terra. Em virtude disso, não é difícil constatar que os conflitos são mais recorrentes onde há intenso confinamento.

A beira das rodovias tem se tornado um desses lugares onde comunidades inteiras disputam lugar. Hoje, o estado concentra a maior quantidade de acampamentos indígenas no Brasil, são 31, quando há dois anos eram 22. "São mais de 1200 famílias vivendo em condições subumanas à beira de rodovias ou sitiados em fazendas”, denuncia o Conselho Indigenista. As famílias esperam pela demarcação e permissão para poderem retornar para suas terras, de onde foram despejadas.

De acordo com dados da Fundação Nacional d