16 de novembro
Enquanto governos e autoridades tentam convencer o mundo de que a reunião no Brasil em 2012 sobre o clima (Rio+20) terá um papel fundamental para encontrar uma solução para os problemas do planeta, o economista Jeffrey Sachs abandona a diplomacia e faz uma dura constatação: o encontro no Rio de Janeiro deve servir para admitir duas décadas de fracassos no campo ambiental e deve ser a oportunidade para o mundo reconhecer que não tem uma resposta para a crise.
O que esperar de Rio+20. A conferência deve deixar claro que perdemos 20 anos na agenda climática mundial. Hoje, as emissões de gases de efeito estufa são maiores, há uma aceleração da perda da biodiversidade e da desertificação. A reunião, portanto, não será para marcar um sucesso, mas reconhecer um fracasso histórico, disse o acadêmico.
Todos queremos que essas cúpulas terminem em um grande sucesso, com progressos e com governos dizendo que fizemos a agenda avançar. Todos querem tirar a foto de família entre os líderes. Mas não querem enfrentar a realidade, disse. Gostamos mais das ilusões. Mas chegou o momento de falar a verdade. Temos de entender que o processo negociador fracassou, que não há uma agenda.
Temos de entender e falar a verdade sobre o tamanho do desafio que o planeta enfrenta. O maior perigo é acharmos que existem respostas fáceis. Não, elas não existem, defendeu. Hoje, as emissões de CO2 são duas vezes maiores que o ideal. Até 2050, se nada for feito, vão se multiplicar por quatro. Isso exigirá reconfigurar todo o sistema energético do planeta.
-- "Todo mundo pensando em deixar um planeta melhor para nossos filhos, quando é que vão pensar em deixar filhos melhores para o nosso planeta". Herbert Viana
Fonte: Adital - Por Jamil Chade / Genebra